"Então
aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se
lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e
grande glória" (Mt 24.30).
"Assim também
Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá
segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação" (Hb 9.28).
"E a vós, que
sois atribulados, descanso conosco, quando se manifestar o Senhor Jesus desde o
céu com os anjos do seu poder, Como labareda de fogo, tomando vingança dos que
não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus
Cristo" (II Ts 1.7, 8).
"Porquanto
tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do
homem que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os
mortos" (At 17.31).
O aluno pode
multiplicar quase indefinidamente esses contrastes. Suficiente, entretanto, tem
sido levar adiante que as promessas feitas a Israel e à igreja obrigatoriamente
exigem um retorno de nosso Senhor à Terra.
Pode ser útil para
os que iniciam o estudo da Bíblia considerar brevemente as várias teorias que
são apresentadas como oposição à doutrina bíblica do retorno pessoal e físico
do segundo advento de Cristo.
Naturalmente, é
preciso que se compreenda com clareza que as Escrituras que falam das aparições
visíveis e físicas do Senhor no final desta dispensação devem ser diferenciadas
das que se referem a seus atributos divinos de onisciência e onipresença, por
meio das quais ele conhece todas as coisas e está sempre presente em toda
parte, de que as passagens de Mateus 18.20 e Mateus 28.20 são exemplos. É
verdade que, felizmente, nesse sentido, ele está conosco sempre, até o fim dos
tempos.
"Mas, o homem
Jesus Cristo está agora física e pessoalmente à destra de Deus, como Atos 1.9
-11 claramente afirma: "E, quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às
alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos. E, estando com os
olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles se puseram dois
homens vestidos de branco.
Os quais lhes disseram: Homens galileus, por que
estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no
céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir."
Estevão o viu lá: "Mas ele, estando cheio do Espírito Santo, fixando os olhos no céu, viu a glória de Deus, e Jesus, que estava à direita de Deus; E disse: Eis que vejo os céus abertos, e o Filho do homem, que está em pé à mão direita de Deus" (At. 7.55,56); "havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas;" (1Tb 1.3); "se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus" (Cl 3.1).
Durante a guerra
franco-prussiana Von Moltke, por sua genialidade e habilidade e também pela
rede de linhas telegráficas, estava de fato presente em todos os campos de
batalha, embora de forma visível e pessoalmente estivesse em seu escritório em
Berlim. Mais tarde, na guerra, ele se juntou ao exército diante de Paris,
quando sua presença tornou-se real e visível. Assim, nosso Senhor, em virtude
de seus atributos divinos, está realmente presente com a Sua igreja agora, mas
estará visível e pessoalmente sobre a terra na Sua segunda vinda.
1.
As profecias sobre o retorno do Senhor não foram cumpridas pela descida do
Espírito Santo no Pentecostes, nem por sua manifestação em avivamentos
poderosos e reuniões de oração feliz.
a. Essa
interpretação praticamente anula a doutrina da Trindade, fazendo do Espírito
Santo apenas uma manifestação de Cristo.
b. Na promessa de Cristo sobre a vinda do
Espírito fala-se dele distintamente, como "outro Consolador" (João
14.16), e em João 16.7 Cristo diz: "se eu não for, o Consolador não virá a
vós; mas, quando eu for, vo-lo enviarei."
c. Os
escritores inspirados de Atos, das Epístolas
e do Apocalipse,
mencionam o retorno do Senhor mais de cento e cinqüenta vezes depois de
Pentecostes, e sempre como algo ainda por acontecer.
d. Nenhum
dos eventos previstos para acompanhar a segunda vinda de Cristo ocorreu no
Pentecostes. São eles: a ressurreição dos santos que dormiram (I Co 15.22,23; I
Ts 4.13-16), a "transformação" dos cristãos, na qual eles vão se
revestir de incorruptibilidade, "desprezíveis tornar-se- ão semelhantes ao
corpo glorioso de Cristo e serão "arrebatados para encontrar o Senhor no
ar" (I Co 15.51-53; I Ts 4.17; Fp. 3.20,21), e a lamentação de todas as
tribos da terra por causa da vinda do Filho do homem em poder e grande glória
(Mt 24.29-30; Ap 1.7).
Esses são os
fenômenos associados ao evento do retorno de nosso Senhor. Quando ele vier,
estes fenômenos estarão presentes. Nenhuma dessas coisas ocorreu no dia de
Pentecostes, nem em qualquer outra manifestação do Espírito Santo.
2 A
conversão de um pecador não é a vinda do Senhor.
Trata-se de teoria
demasiado pueril para ser levada a sério como uma explicação de profecias tão
numerosas e conjunturais.
a. Segundo as Escrituras o que ocorre é
exatamente o contrário disso. A conversão é a ida de um pecador até Cristo, não
a vinda de Cristo a um pecador (Mt 11.28; Jo 5.40; Jo 7.37; Jo 6.37).
b. Nenhum dos eventos acima enumerados,
previstos para ocorrer quando o Senhor voltar, acompanha a conversão de um
pecador.
3. A morte de um cristão não é a vinda de
Cristo.
a. Quando o Senhor disse aos discípulos que
um deles ficaria até que ele voltasse, divulgou-se que "aquele discípulo
não havia de morrer" (Jo 21.22-24).
b. Os escritores inspirados sempre se referem
à morte de um crente como a sua partida. Em nenhum momento a vinda do Senhor é
relacionada com a morte de cristãos. (Veja Fp 1.23, II Tm 4.6; II Co 5.8). Ao
morrer, Estêvão viu os céus abertos e o Filho do homem, não chegando, mas
"em pé à mão direita de Deus" (At. 7.55,56).
c. Nenhum dos eventos previstos para ocorrer
quando o Senhor voltar acompanha a morte de um cristão.
4. A destruição de Jerusalém pelos romanos
não era a segunda vinda de Cristo.
a. Em Mateus 24 e
Lucas 21, três eventos são anunciados: a destruição do templo, a vinda do
Senhor e o fim do mundo (era). (Ver Mt 24.3) Foi a confusão desnecessária
dessas coisas perfeitamente distintas que deu origem à noção de que o
cumprimento de uma era o cumprimento de todas as outras.
b. O apóstolo João escreveu o livro do Apocalipse,
após a destruição de Jerusalém, mas ainda fala da vinda do Senhor, como um
acontecimento futuro (Ap 1.4, 7; 2.25, 3.11, 22.7, 12, 20). A última promessa
da Bíblia é: "Certamente, cedo venho" e a última oração: "Ora
vem, Senhor Jesus".
c. Nenhum dos eventos previstos para ocorrer
quando o Senhor voltar aconteceu quando Jerusalém foi destruída. (Veja I Ts
4.14-17; Mt 24.29-31; Mt 25.31,32).
5. A
divulgação do cristianismo não é a segunda vinda de Cristo.
a. A divulgação do cristianismo é gradual,
enquanto que as Escrituras referem-se à volta do Senhor como súbita e
inesperada (Mt 24.27, 36-42,44, 50; II Pe 3.10; Ap 3.3).
b. A divulgação do cristianismo é um
processo, a Escritura sempre fala da volta do Senhor como um evento.
c. A divulgação do cristianismo traz a
salvação para os ímpios, ao passo que a vinda de Cristo não trará a salvação
para eles, mas "repentina destruição" (I Ts 5.2, 3; II Ts 1.7- 10; Mt
25.31-46).
6.
Essas explicações e teorias, embora generalizadas, não aparecem nos livros de
teólogos respeitáveis de qualquer escola ou denominação, nem são mantidas por
um único exegeta de eminência universalmente reconhecida.
Todos eles sustentam a ideia da segunda vinda física e visível de Cristo.
No entanto, às
vezes, diz-se que a segunda vinda não poderá ocorrer até que o mundo tenha sido
convertido pela pregação do evangelho e submetido ao reinado espiritual de
Cristo por mil anos.
Afirmamos que essa visão é totalmente errada pelas
seguintes razões:
a. As Escrituras descrevem claramente a
condição da terra na segunda vinda de Cristo como sendo de terrível iniquidade,
e não de bem-aventurança milenar (Lc 17.26-32; com Gn 6.5-7 e Gn 13.13; Lc
18.8; Lc 21.25-27).
b. As Escrituras descrevem todo o curso da
presente dispensação do início ao fim, de modo a excluir a possibilidade de um
mundo convertido. (Mt 13.36-43,47-50; Mt 25.1-10; I Tm 3.1-9; 4.3,4; II Pd
3.3,4; Jd 17-19).
c. A finalidade de Deus nesta dispensação é,
declaradamente, "reunir fora das nações um povo para o seu nome", e
não a conversão do mundo. Depois disso, ele "irá retornar" e, em
seguida, não antes, o mundo será convertido. (Veja At 15.14-17; Mt 24.14
["em testemunho"]; Rm 1.5 ["entre" não "de" todas
as nações]; Rm 11.14 ["alguns" não "todos"]; I Co 9.22; Ap
5.9 ["de toda a tribo" e não "todas" as tribos]).
d. Seria impossível "vigiar" e
"esperar" por um evento que sabíamos que não poderia ocorrer antes
que se passassem mil anos.
Por: C. I. Scofield \Divulgação: Perto do Fim - Site Cristão